quarta-feira, 30 de junho de 2010

LATA DE TINTA

Após 70 dias de ausência, altamente justificável, por sinal, voltei!

Proponho uma poesia que veio assim, de repente, chamada LATA DE TINTA


LATA DE TINTA

Hoje me jogo numa lata de tinta

Vermelho sangue ou azul marinho

Enquanto meu tempo pinta e repinta

E substitui, com sorriso mesquinho,

Os nomes debaixo das pinturas “futuro”

Em melancólico “passado” enquanto as vivo,

Me apagando docemente em carinho,

Me afogando em afagos por ser vivo,

Enquanto vejo perdido no vidro

Um eu desenhado distraído

No branco puro da parede

Pulando de cabeça numa lata de tinta

Amarelo canário ou talvez verde.