Proponho uma poesia que veio assim, de repente, chamada LATA DE TINTA
LATA DE TINTA
Hoje me jogo numa lata de tinta
Vermelho sangue ou azul marinho
Enquanto meu tempo pinta e repinta
E substitui, com sorriso mesquinho,
Os nomes debaixo das pinturas “futuro”
Em melancólico “passado” enquanto as vivo,
Me apagando docemente em carinho,
Me afogando em afagos por ser vivo,
Enquanto vejo perdido no vidro
Um eu desenhado distraído
No branco puro da parede
Pulando de cabeça numa lata de tinta
Amarelo canário ou talvez verde.
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